Tá Perdido? Pergunta, sô.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Na-Na-Na é o Cassete! Eu Quero É Róque!


Tempo de carnaval, caríssimos amigos queridos leitores deste blog de sucesso! Tempo de solidão e paulistidão! Mais um carnaval que não viajo, terceiro consecutivo segundo arquivos eternos deste mesmo blog! Sempre com um texto emocionante! Insônia em 2009, trabalho em 2010 e... Gripe em 2011!!! Vamo Brasil! Apure o tamborim, aqui é meu lugar, e cá estou!
Mas esqueça o carnaval que já sou quase um pré-histórico do ano passado, e essas coisas perderam o sentido para mim. Queria mesmo era falar do dia de hoje. Sobretudo, da noite de hoje. Hoje fui jantar na casa de minha mãe, junto com meus irmãos, cunhado, sobrinhos (lindos!), primos, enteados, padrasto. Pizza pra todos!

Noite repleta de felicidade, já que meu sobrinho menor finalmente resolveu interagir comigo, conversar. Deve ser porque dei comida pra ele, deveria ter feito isso antes. E então, uma noite agradabilíssima, com conversas, risadas e essas coisas todas. Momento família, I always treasure those moments! (e não sei escrever essa última frase em português, me processem...). Então, minha irmã com as crianças se foram, e ficamos o restante, vendo TV, conversando. E lembrei que meu som aqui em casa anda rebelde pra tocar CD´s (é da era pré-USB). Mas o duplo-deck ainda funciona! Mas estava sem fitas. E lembrei de pegar algumas na casa de mainha.

Então, fui deixar meu irmão em sua casa, e voltei ávido pra chegar em casa. Com todo aquele ritual. Subi, abri uma breja, coloquei a fita no deck, rebobinei (o corretor automático não conhece essa palavra.. fãs do Cine também não...) e lá estava eu, na sala, lembrando da minha juventude! Lembrando de sentar-me no chão, próximo ao som, ouvindo as rádios de rock da época (quando ainda eram muitas), com o "rec" e o "pause" ligados: apenas esperando o momento certo de começar a gravar! E torcer pro locutor fdp não interromper a música! E fazia isso por muito tempo! Que saudade da época em que eu tinha muito tempo pra me permitir ficar gravando músicas... não que eu não ache mais prático baixar um álbum inteiro em 5 minutos pelo Rapidshare, mas com certeza valorizo muito mais essas fitas! Porque as músicas não são apenas iradas (meu bom gosto, assim como o vinho, só fez melhorar com o tempo, mas já era bons lá nos 90´s), mas valiosas! Não era fácil ter a certeza de que valeria a pena gravar essa ou aquela música... e qualquer erro significava minuciosa astúcia para voltar ao ponto exato, fazendo com que os 60 minutos de duração rendessem completamente!

Sim, caros leitores. Ser adolescente nos anos 90 era muito mais complicado. Ainda, muito mais divertido. Acho que é porque justo peguei a boa fase do grunge, e não o restart (eca!). Como quase tudo na vida, era um questão de limites. 60 minutos (porque as fitas da Basf de 90 minutos geralmente quebravam!), e um walkman (que parou de ser fabricado). Muito diferente dos malditos I-pods de 900 gigas, capazes de armazenar toda a música da galáxia! Como disse, cada música gravada tem uma história, quer seja pela lembrança ou pelo que o narrador disse no meio dela. Quer seja porque sempre fui relapso, e então tem uma parte da Laura Pausini antes de começar o Stairway to Heaven. Sim, fitas regraváveis, até você tirar o plastiquinho da parte de trás. E colocar uma bolinha de papel, caso se arrependesse. Vida artesanal! Produtos que duram até hoje! Um CD-RW sempre, sempre dá pau, apesar de ser mais tecnológico!

Sou da geração do cassete! Aquela entre o Vinil e o MP3. Os tios dizem que a qualidade do vinil (o corretor automático, assim como os fãs do Fresno, não conhece essa palavra também) é insuperável. Sempre achei isso nostalgia de tiozões "wannabe jovens", até ouvir o mesmo de um professor-doutor de música da UNICAMP. Não tenho ouvido bom o suficiente para saber quem está certo, mas de qualquer forma, tive hoje uma noite extremamente nostálgica e satisfeita: aqui em casa, na sala, tomando uma breja, fumando um cigarro e ouvindo minha juventude através de fitas cassete gravadas, com sua qualidade duvidosa e suas músicas totalmente fora-de-moda. Não me importa. Como disse Eddie Vedder, "It feels like home (...)". Feliz carnaval!