Ok, vamos aos fatos. Todo mundo está careca de saber que o dia dos pais, das mães, dos irmãos das baby-sitters, dos contabilistas, dos entregadores de pedidos do Submarino, são apenas datas comerciais com fins meramente lucrativos. E todo esse apelo funciona que é uma beleza. Mas, mesmo ciente disso, tem sempre uma parte de mim que queria sofrer mais do que sofro quando chega no dia dos pais. Só mais um dia. Que acontece todo ano. Segundo domingo de agosto. Um domingo qualquer.
Mas o problema não sou eu. O problema é a mídia. O problema, ou a culpa, é do sistema. É das mensagens de todos os programas, anúncios informativos, e-mails, redes sociais, todo mundo lembrando do dia que eu não tenho mais. Só mais um domingo de agosto. Com sorte, não estarei de ressaca. Hoje, de fato, não estive. Acordei cedo, e por isso dormi cedo ontem também. Fui a uma cerimônia religiosa pela manhã, confraternizamos, o anfitrião fez tudo aquilo que as cartilhas mandam não fazer (irado! Mano! Muito rock and roll!). Ele estava feliz! E não tinha problemas com isso. Alguém poderia ter?
Logo depois passei em casa pra dar uma relaxada, trocar de roupa. E em seguida seguir pra casa da minha irmã, que estava fazendo um almoço para as crianças (com direito a hamburguer e hot-dog na mesma refeição! Meus sobrinhos são carinhas de sorte! :) ). Aí fui lá, conversamos, comemos, discutimos aqueles assuntos familiares delicados. E tudo estava bem. Aliás, tudo está bem. E aí eu estava cansado e vim pra casa. Entrei aqui, dei umas zapeadas nos e-mails e nas rede sociais viciantes dos infernos. Assisti metade do jogo do Parmera - porque o do Curinthia não estava passando. Um parêntese - pode ser esse aqui mesmo ( ) - estou adquirindo uma facilidade incrível de dormir durante os jogos de domingo à tarde. Deve ser porque já passei a minha cota de jogos de futebol da vida nas últimas copas. Ou porque tenho trabalhado demais. Ou porque o campeonato brasileiro realmente dá sono (acho que é esse aí!).
Depois, minha mãe chegou em casa... veio no computador e o blog estava aberto. Ela leu o post anterior e veio me perguntar se eu precisava me internar ou se já tinha passado. " já passou, estava apenas nervoso". Ela riu e foi cuidar das suas coisas. Aí comecei a ver o Fantástico. Fazia muitos anos que eu não via. Porque ou estava fora no Sagrado Conglomerado Sânscrito do Chocolate Quente ou estava vendo o Pânico. Mano! Fantástico é péssimo! Tristeza, drogas, vida bandida, matérias fracas e rasas. Deveriam mudar o horário com o Serginho Groisman, que é bem mais divertido de se ver.
E então não quis mais ver. E eis que chegamos aqui. Tudo isso porque, hoje é dia dos pais. Eu não tenho um. Aliás, eu tenho um. Só que ele não está mais por aqui. E eu queria que nesse dia eu me lembrasse daqueles almoços e longas conversas ou daquele almoço em que... ou aquele outro que... mas não me vem nada. Aqui em casa, o dia dos pais era só mais um dia. Um dia que ele ganhava algum presente e ficava feliz. E a gente almoçava ou sei lá o que a gente fazia. Foram poucos e já faz muito tempo. A questão é que, como eu já disse em algum outro post, eu troco idéia com meu pai frequentemente. As vezes ele responde, as vezes ele só ouve. Mas ele ainda me inspira e me ensina de montão. E é isso. Sem choros, sem dramas. HOJE NÃO! HOJE NÃO! (by Cleber Machado). Hoje não mesmo! :) Feliz dia dos pais, Velho! Se cuida por aí!