Tá Perdido? Pergunta, sô.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Caminhar é Preciso


A mesmice nunca me trouxe nenhuma novidade.

Venho caminhando mundo afora desde quando nem me lembro. Venho desmembrando insetos, acontecimentos, amizades, corações partidos, e... nada muda. Insetos manetas não voltam para suas casas, acontecimentos nunca são desfeitos, amizades vão e voltam, ou nunca vão, ou nunca voltam e o coração partido é pouco mais que um vaso frágil. Você pode colar as partes, mas as marcas permanecem.

Venho disseminando a discórdia e o amor, venho exacerbando sentimentos e expressões, venho, venho, venho... e ainda permaneço inerte dentro de mim. Descobri depois de algum tempo, que eventualmente fugimos de tudo. Eventualmente logramos momentos inconsequentes que nos separam das pessoas regulares, mas todas as pessoas são regulares e medíocres. Tenho desenvolvido milhares de teorias ao longo dos anos, mas quanto mais eu cavo, mais próximo da superfície eu me encontro. Quer seja de onde comecei, ou para onde estou indo. Parece que os caminhos zombam de quem caminha.

Cabe a quem, então, o dissabor do viver o sonho, quando trata-se de um pesadelo permanente? Quem paga as contas de viver honestamente, quando o desonesto é vangloriado pelo desprezo ao que o mundo enquanto mecanismo de controle proporciona? Qual é o valor do dinheiro, então, senão a mensuração brutal do valor de tudo? O presente deve significar o que ele é, ou o que ele vale? E nós? Devemos significar o que somos, ou o que valemos? Quanto valemos? Quem é que cuida da precificação de caráter? De amabilidade? De ignorância? Quanto você vale no mercado?

Quem ousa, então, viver em permanente estagnação? Por que a mudança afeta tanto a quem mudou, e a quem notou a mudança no outro? Por que as surpresas são mais assustadoras do que excitantes? Quanto o mercado cobra pelas novas descobertas, novas experiências, novas técnicas, novas inspirações? Por que de repente todo mundo tem uma opinião sobre uma crise em Tão Tão Distante Land, mas não emite uma opinião sincera a um ser vivo próximo?

Algum dia (e isso vai demorar), nós vamos rir de (quase) tudo isso. Um dia, vou olhar para o passado com desdém, observar as barreiras que atravessei. Um dia, os escombros que usei de escada terão o formato do meu pé. Minhas pegadas contarão minha história, minha trajetória. Quando eu penso no futuro, quase sempre me encontro vivenciando uma realidade que não é minha. Eu fecho os olhos, e sinto uma brisa que me acalma, e me promete que é verdadeira. Eu ouço risinhos tolos, vejo olhares perdidos buscando o máximo do horizonte. Eu conto epopéias em forma de conversas, eu cresço e inspiro admiração dos outros.

Eu salvei o mundo, porque eu salvei a mim mesmo. Meu mundo sou eu, é meu e não está a venda. Eu faço dele circo quando sorrio, brisa quando esquenta, tempestade quando temo, fusões nucleares quando me enervo, hollywood quando amo. Quase nunca interfere no andamento instável do mundo dos outros, mas isso não importa: houvessem me perguntado antes, eu teria pedido mais uma porção do que eu sou, sem mudar nada.

Feliz natal, e um próspero ano novo!

*ao fundo: Aerosmith - Ain´t That a Bitch*

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Solidão é Lava


A evolução nos manda viver em matilhas.

As matilhas são unidades coletivas que definem cargos e funções e determinam a sobrevivência ou não de um grupo alocado de seres vivos. A gente não somos dog não, mas vivemos de acordo.

Pense no seu seleto e formidável grupo de "pessoas ao meu redor". Verifique sistematicamente se não é possível determinar quem é o líder da matilha, quem é o caçador, quem é o aventureiro, quem é o reprodutor, e quem é a raposa. A vida é tão simples que dá até raiva. Vivemos coletivamente, andamos acompanhados, casamos, reunimos a família nos domingos, nos sentamos para almoçar. Somos uma bela matilha!

Contudo, algumas pessoas teimam em renegar as artemanhas darwinistas a despeito das recompensas skinerianas embutidas nos relacionamentos. Me deixa em paz! Hoje eu quero ficar sozinho. Eu sempre quero ficar sozinho. Mas, a solidão é lava. Destrói você antes de você notar. Põe fogo nos seus pés enquanto você dorme, desmaiado pelas toxinas liberadas direto do centro da terra, especialmente para você! É lava que cobre tudo.

A parte instigante do "me-deixe-só!" é que as pessoas que geralmente querem ficar sozinhos, expressam esse sentimento a torto e a direita. O que, para você caro leitor Holmes, é claramente uma prosopopéia (sei que é qualquer outra coisa que não isso, but I own the text!!!). Se o amante solitário quer tanto ficar só, mas expressa isso a todos os ventos, quer dizer que ele está sempre acompanhado, clamando pela solidão salvadora.

A gente não gosta de ficar sozinho. A gente se ocupa com quatrocentos quilos de parafernálias eletro-eletrônicas para não ter que pensar que a solidão é causa, e não consequência de desilusões inconstantes. A não-interação social é o coma. (anotem isso para frases do dia!). Você não recebe nenhuma recompensa, quer positiva ou negativa por ato nenhum. Convenhamos, o playstation não te dá uma bronca de quebrar os dentes.

Mas o problema é, novamente, semântico. A diferença entre ser sozinho, e estar sozinho. Merda acontece. Quando merda acontence, há quem prefira o psicanalista, há quem procure um quarto trancafiado. Um momento. Coisas boas acontecem! E pessoas costumam compartilhar mais alegrias do que as merdas (a vida poderia ser muito, muito mais fedida). E você, brilhante leitor, já deduziu, que para pessoas sozinhas, aparentemente, não há alegrias a compartilhar. Por isso a solidão é A coisa!!! Mas não vamos querer entrar (olha que coisa feia.. 3 verbos em seguida... :( ) nessas questões de ovo-galinha.

A matilha nos consome e nos salva. A solidão não consome e não mata, mas a vida na selva não tem sentido, se for apenas uma vida na selva. Qual o sentido da selva, então? *
* Estamos todos fartos de perguntar o sentido da vida, não estamos? ;)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Pequenas Nuanças Lastimáveis


O Oxigênio corrói. O que nos permite a vida agora, nos obriga à morte com o passar dos anos.

Ouvi em algum momento que curta é a vida. Curta a vida. Não gosto do melodramático mexicano, mas as aparências que enganam sempre trazem informações relevantes ao bravo mundo novo.

Assim, longa é a jornada, curta a vida. Longos são os momentos que dividem os curtos períodos de acontecimentos indescritíveis. Curto é o flerte descompromissado, longa é a dor do coração partido (um do lado, outro do outro). Longa é a maratona, curto é o tempo de curtir os louros da vitória. Curto é o orgasmo, longa é a gestação. Longo é o trajeto até o quase fim, mas curto são os momentos finais que decidem. Longa é a vida. Longa vida?

Fácil é perder-se nas metrópolis, difícil é não perder-se no seu olhar. Fácil é lembrar daquele momento com um sorriso, difícil é explicar porque ele não se repete nunca. Fácil é embrulhar o presente, difícil é aceitar o futuro. Difícil é também permitir a partida, mas fácil é sentir a dor eterna intermitente. Fácil é determinar o fim daquilo, mas difícil é esquecer o começo. Fácil é amar, difícil é o amor. Fácil é acreditar no que se vê, difícil, é acreditar no que se vê (eventualmente). Fácil é passar despercebido na multidão, difícil é aceitar passar despercebido na multidão.

Grandes são os homens que são lembrados por seus atos, mas pequenos são os atos. Grande é o alvo do egocentrismo exacerbado, mas pequena é a percepção do si. Grande é o pé, pequena é a possibilidade. Pequeno é o marcador físico, mas grandes são as consequências. Grande é o universo, pequeno é o meu mundo. Grande é o intuito, pequeno é o Zé (Porra!).

Somos inquilinos da dor, do sofrimento, do tempo, da burocracia, da ordem e do progresso, das grandes realizações, das grandes navegações. Não aprendemos com a história porque não aprendemos a história. Não aprendemos nada. Nada! E ainda, sabemos de tudo. Mas tudo não é o suficiente. Há muito o que demarcar, há o território, o humano, o divino, o temporal, o atemporal, o político, o catéter.

Ainda ignoramos o abraço, o beijo, o suor, o alimento, o aquecimento, mas enaltecemos as coisas. Coisas com seus nomes em detrimento a coisas e seus significados. Quantas vezes tenho que repetir que uma rosa não teria outro perfume se a chamassem de quenga? Não é hora de rever os conceitos, é hora de deglutí-los e defecá-los. É hora de repassar as prioridades.

Muitos são os caminhos que nos levam ali. Poucos são aqueles que sabem onde ali é. E menos ainda aqueles que acreditam que chegar ali é possível ou necessário. Ali é um lugar intocado, inalcançado, invadido. Invadido pela sobriedade das nações. Ignorado pela sua importância, utópico porque navegar é preciso. E cavalgar rumo ao impossível também. Curta é a vida. Respire.

Tempo Contrário

cu

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Efeito Borboleta Vista Premium


O conceito de fé houve terminado.

Ninguém mais acredita em coisa nenhuma, para manter sua mente sã e suas crenças intocadas. A cada segundo informações são passadas, que desmentem aquelas passadas no minuto anterior (ad infinitum), e por isso nada mais é confiável. Ao invés disso, a descrença total em todos os níveis gera níveis de incerteza imaculados pela mídia. Não acredita, não é? (Pego? Pego?) Pois bem, vamos a alguns exemplos práticos.

A Copa do Mundo

Vamos voltar a 1998. Copa da França, final. Ronaldo teve um ataque epilético? Edmundo sabe de coisas que vão derrubar o mundo? O Zagallo é burro (13 letras!) ? E logo na copa seguinte o Brasil é campeão? E a Coréia do Sul (anfitriã) elimina a Espanha e a Itália? E (até o) Rivaldo joga bola?

Diga-me, você achou tudo isso muito estranho, não é? Você fez ligações e desenhou a conspiração inteira: está lá, claro como o Rio Tietê em 1913.

Reserve.

Fórmula 1

Recém presenciamos um dos campeonatos de F1 mais emocionantes dos últimos 15 anos. Talvez seja a ausência de Schumacher, ou então a presença de bons e jovens intrépidos pilotos. Vai saber, não é mesmo? Bom, mas vamos aos fatos marcantes da última corrida. Interlagos. Ontem. Espera. Vamos às 3 últimas voltas da corrida. Massa em primeiro. Hemilton em quinto. De repente, Hemilton em sexto. Perdendo o campeonato. Massa termina sua prova como campeão. Duas curvas antes de cruzar a linha, Glokk, que quis dar uma de malandro e não trocar os pneus, perde o traçado completamente. Perde logo em seguida a quarta e a quinta posição. Hemilton cruza a linha de chegada em quinto. E é campeão mundial. Veja, se fosse um filme com Stallone você acharia muito forçado, não é? Eu também. Só sei que foi assim.

Deixe esfriar.

Eleições

Urna eletrônica, não é? Hum... então quer dizer que eu vou lá, aperto uns botões, ouço um barulhinho e pronto, votei? E 3 horas após as eleições o resultado já sai? E nos EUA demoram semanas? E aqui funciona melhor, mais eficiente e seguro? NO WAY!!!! O resultado já estava programado, por isso é tão fácil de divulgá-lo em tão pouco tempo. Não acha? Hein? Quem eu? Eu não acho nada.

Despreza.

Sabe o que eu acho? Acho uma tremenda perda de tempo essa discussão extensiva sobre fatos, fatores, elementos e qualquer outra bobagem cósmica que remonte cenários de coinscidências incríveis, jogos de interesse, conspiração, conspiração, conspiração... Será que é tão difícil aceitar que as coisas acontecem e pronto? Porque, acreditar em conspirações de tudo, deixa a vida cada vez mais sem graça. A Nigéria vai ganhar a próxima copa e todos dirão: "Há! Conspiração comprovada! Nada mais me surprende!!!". Bem, eu ficaria surpreso. Mas não muito. Já foram campeões olímpicos, né? E toda a seleção joga na Europa. Se o Massa ganhar o campeonato do ano que vem? "Ha, não falei? Tudo combinado. Um ano de cada um, pra não criar desavenças políticas".

Quer uma dica (é de graça, bobinho! Aproveita e pega logo duas! ;) ) ? Viva uma vida simples. Acredite em tudo. Se desmentirem tudo o que você acredita, acredite nisso ao invés. Não perca tempo subvertendo todos os acontecimentos mundiais e ao seu redor. Evite a fadiga, e vá consertar o mundo. Ainda dá tempo! :)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Toca Raul!!!


Eu não toco Raul.



Raul Seixas é brilhante! Vamos aos fatos:

  1. Ele não era bonitão;

  2. Não falava coisas agradáveis de se ouvir;

  3. Tinha uns ideais bixo-grilo (oh, expressãozinha senil!!!) que devem ter amedrontado velhinhas indistintas;

  4. Usava barba e não era rabino

  5. Cantava mal.

E, ainda assim, após 20 anos de sua morte, jovens que nem sequer tiveram a oprotunidade de coexistir com ele ainda clamam o clássico "Toca Raul!".

O que ocorre é que na fabulosa ordem de músicos amadores e profissionais, todos os chavões tornam-se praticamente proibitivos. Tocar Raul após gritos indistintos que o peçam, é nada mais do que ceder à pressão da mídia. E os músicos são against, eles tem alma própria, eles não precisam disto. Precisam sim.

A banda Pedra Letícia (muito criativos os rapazes) fizeram até uma canção com nome "Eu não toco Raul". A letra tem como serventia maldizer esse gênio contemporâneo do Rock Nacional, embora eu não acredite no conceito de Rock Brasileiro. O refrão da música é o seguinte:

" (...) Eu não toco Raul, ces me desculpem, eu acredito quando você diz que ele é legal

Eu não toco Raul, ces não me culpem, a banda preza pelo estilo Sidnei Magal (...)"

Magal??????? Arght!!!! Eu prefiro melão. Do Oriente Médio. Mas isso é outra história.

Bom, mas resumindo, o que esse texto procura dizer é que, embora a maioria dos músicos tenha um preconceito descabido às canções proféticas e destemidas do velho mago, eu não toco Raul pura e simplesmente porque eu sou um músico against. No fundo, eu gosto pra caramba e deveria fazer um show inteiro só tocando Raul Seixas. Daria pra fazer um duplo ao vivo, sem repetições, tamanhos são os sucessos do distinto bruxo da Bahia.

Assim,eu admiro Raul. Mas não toco. Se me perguntassem, deveriam fazer as mesmas alusões a uma porção de outras bandas lixo do "Rock" Nacional. Tipo, Toca Capital! Toca Engenheiros! Aquela do paralamas! Aquela do Legião. Arght!

Eu prefiro Beatles. E melão do Oriente Médio. Mas isso já é outra história.

sábado, 4 de outubro de 2008

A Gente Somos Inútil




Ô-pa. (ôpa é talvez uma das palavras mais versáteis da nossa língua, em breve escreverei mais acerca dela).

Nós somos todos inúteis. Sério, sério. Apenas em função da sociedade antropocentrista, nós fazemos sentido. Pergunte a qualquer outro ser vivo não-humano, e ele há de retratar com clareza a função dos humanos nesse mundo que é de quem chegar primeiro.

Bom, atualmente somos o que trabalhamos, certo?

- Olá, meu nome é Fulano e sou torneiro mecânico. Pretendo ser presidente em breve.

Já parou para pensar o quanto suas atividades laborais são inúteis para manutenção e continuidade do mundo?? Hein? Hein? Infelizmente, terei que citar Raul Seixas (eu não toco Raul, mas posso citar, certo? ;) ) "E você ainda se acha um doutor, padre ou policial que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social...".

Dentre todas as profissões, as exatas são as piores possíveis. Inventar a matemática (ela não tem sentido nenhum) já foi bobagem, mas incrementá-la e torná-la cada vez mais elaborada, difícil e incompreensível é uma cagada imperdoável. Fechamos então? O mundo não precisa de matemática.

Biologia é importante? Pouco mais do que a biblioteconomia (o Velho do Cartório que me desculpe). De que vale catalogar e dar nome a tudo que é criatura, além de enfatizar debates intermináveis e arcar com a guerra e o caos divino? Pior que isso só a medicina.

Deixe explicar... Darwin foi um ser superior. Ele sabia o que falava.. deveriam tê-lo escutado. A medicina é a maior afronta a Deus desde o bezerro de ouro no Egito. Uma ferramenta macabra e humana que serve para desmoralizar o poder divino de controlar o tempo de vida da gente. Ou, segundo Darwin, a medicina é uma ferramenta que afeta completamente a lei do mais forte. Coexistem então os mais fortes e os mais fracos... resultado? Super-população, discrepâncias fulgázes, guerras civis, miséria e a fome. Culpa de quem? Minha? Sua?

So, making the long story short... Não leve sua vida tão a sério. Principalmente seu emprego.. valoriza tua familia, aqueles bons momentos, aquele cigarro... curta a vida. Não esqueça que o trabalho não é muito mais do que uma ocupação que todos precisam ter. PRECISAM!!! Mas as coisas que você faz, de fato, não tem serventia alguma e ainda são nocivas ao mundão nosso.

Eu, que sou um grande defensor desse nosso mundão, praticamente um ativista, acho que felizes são, efetivamente, os peixes e os mendigos. E não vou explicar isso.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O (velho do) Cartório


Salve, salve amigos leitores...


Logicamente, algum dia vocês pegaram-se pensando: puxa, como será que funciona o cartório?


Bem, vocês me pegaram num bom dia, por isso vou responder a vocês da melhor maneira possível. A instituição "cartório", a despeito de "um bando de filho da puta que consegue cobrar dé real por uma fotocópia e não ficam nem vermelhos" que é a visão óbvia do público, é um local mágico, dotado da maior importância que o mundo capitalista designou: eles guardam coisas velhas. E dão fé! Coerente ou não, o cartório anda dando mais fé do que as igrejas e a política. Sinal dos maus tempos, eu presumo.


Embora a tecnologia tenha avançado 10 anos no último mês, (nem me olha assim, foi o Gessinger q escreveu isso...), o singelo cartório continua trabalhando do jeito antigo, o clássico. Mas isso não vai durar por muito tempo. Conheçam agora, A Lenda do Velho do Cartório.


Era uma vez, numa terra distante, um jovem garoto com TOC (Transtorno Obsessivo compulsivo). Para sua grande tristeza, essa síndrome só seria diagnosticada e catalogada no CID 10 alguns séculos adiante. Mas ele tinha necessidade obscena de manter tudo arrumado. Em Ordem alfabética. O que ocorre é que na Idade Média isso não era muito bem visto pela sociedade. Assim, passou quase a vida inteira na torre de um dos Feudos da Igreja, organizando publicações proibidas. Você, caro e atento leitor, deve estar perguntado: "mas pra que organizar documentos proibidos? Ninguém pode ler!!!". Sim, é verdade. Contudo, Carter Websley era feliz por ter conseguido conciliar sua estranha doença com alguma utilidade para aquele bem maior, que era a prosperidade da igreja. Carter morreu de velhice, e demoraram um bocado pra descobrir... mas deixou um legado inavaliável: os cartórios.


E desde essa data, os filhos de Carter e seus descendentes espalharam-se pelo mundo, arquivando, reconhecendo, cobrando caro, e tranquilizando todos os alicerces da sociedade capitalista. Não existem muitos agora, mas ainda funciona do velho jeito:


Cena 1: O balconista do cartório recebe um documento para reconhecimento de firma e semelhança:

Balconista: - Oh, velho!!!! Velho, ACORDA!!!

Velho: - Hein???

Balconista: - Essa assinatura está certa, você reconhece?

Velho: - Huuuuuum. Essa é uma cena bonita de se ver. O velho olha para o papel, ajeita o óculos. Vira o papel pra cá, vira o papel pra lá... e diz: - Sim.

Balconista: - Aff. São uns chulos mesmo. Não reconhecem a importância do Velho do Cartório.


Bom, em breve retornaremos com mais contos do Velho do Cartório. Mas comece a notar, se por ventura você for visitar um desses famigerados lugares, que sempre existe uma portela, um sótão, algum lugar onde guardam a mais fantástica figura mítica do mundo moderno capitalista: O VELHO DO CARTÓRIO!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Eu prefiro melão


Diante de todas as frutas, verduras e legumes que existem na face vegetal da terra, a terra arada, a terra que só encontramos no Brasil, aquela com aquele balacobaco, aquele telecoteco... eu prefiro melão. Do Oriente Médio. Conhecimento de causa mesmo. Os melões que aqui gorjeiam não gorjeiam como os de lá. Deve ter alguma relação com a guerra.

Em verdade, eu gostaria muito de ter algum assunto assaz suficiente para dar início a essa grande empreitada da minha vida cibernética.... mas falta inspiração. Ou sobra fome, motivo pelo qual resolvi começar o blog estipulando o invariável: EU PREFIRO MELÃO! E do Oriente Médio.

Faça-se saber nos autos, portanto, que em um momento sublime um habitante do hemisfério Sul da América, o Novo Mundo Epifânico da Idade Média, lembrou-se com carinho de semelhante fruto da terra. E houve o melão.