Tá Perdido? Pergunta, sô.

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quinta-feira, 11 de março de 2010

O Dia Depois de Anteontem


As quartas-feiras, de maneira geral, são inofensivas e saudáveis. É dia que tem futebol à noite, é dia que a semana divide-se entre o "ainda?" e o "quase lá". Era um dia inofensivo, até o dia depois de anteontem. *música de suspense*

Começou bem cedo. Eu não sou muito de acordar, sabe? Sou mais daquele tipinho que dorme e dorme. E depois tira uma soneca, para somente então acordar. Assim que, para minha surpresa, eu acordei. Sem auxílio de máquinas do terror moderno (que chamam popularmente de "despertador"). Ainda não soavam os sinos das 7, e eu já estava acordado completamente. (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!) Se fosse do meu feitio, já estaria fazendo o cooper matinal. Cedo demais para qualquer coisa, então fiquei estático parado em frente à televisão, assistindo barbarizado a Mesa Redonda que discutia a seriedade e relevância da eliminação no Big Brother Brasil da noite anterior. Quando reparei que era sério mesmo, desliguei ofegante e fui me socorrer na geladeira. Nada que um suco de pêssego não resolvesse. (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!) Bom, fiz as coisas que a gente faz pela manhã e cheguei ao trabalho.

Enquanto isso, seres alieníginas disfarçados de mini-integrantes do Olodum invadiam lentamente meu corpo via meus ouvidos. (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!) O direito, para ser mais exato. E, de tempos em tempos, na hora do ensaio, eu ouvia uma batucada ensurdecedora. Eles tocando, eu com a maior cara de ponto de interrogação que já vimos nesse país. Liguei imediatamente para o meu médico, que é veterinário (que???). E ele disse, assim, nesse tom:

- Vá ao otorrinolaringologista.

Então procurei no convênio um otorrinolaringologista, e lá fui eu. No caminho, pensava que a fase não poderia ser boa. (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!) Se algo me faz chegar a ir num otorrinolaringologista, é porque a coisa está feia. Enfim, cheguei na clínica, a porta estava aberta e eu fui entrando. De pé, uma senhora de meia-idade indagava pelo olhar se aquilo (eu, no caso) era um assalto ou se eu tinha hora marcada.

- Tenho consulta com o Dr. Alexandre, - acalmei-a rapidamente.
- Com quem??????? (procurando com desespero o gas pimenta que ela guarda na cintura para situações corriqueiras como essa). Eu, por minha vez, dei uma espiada rápida para a porta, onde lia-se com clareza "Dr. Leonardo".
- Leonardo, Dr. Leonardo. Desculpe, não sei onde estava com a cabeça (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!)
- Ah. Ok, aguarde um instante.

Nisso, vi um casal de velhinhos com cara amarrada saindo da sala, e logo atrás, uma figura mítica: o irmão bastardo do Velho do Cartório! O velho vestindo o jaleco estendeu a mão e murmurrou algo que não entendi. Somente conseguia sentar e esperar, enquanto ouvia o técnico de informática mexendo nas máquinas. Esperei até que o próprio técnico me mandasse entrar. Ah, finalmente! (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!)

- mgruamfgmsfuesfmefu?
- ???????
- om quem estam acontecendom?
- Ah. O Olodum mudou para o meu ouvido direito.
- meddemudma
- ????
- Mem acompanhem.

Aí eu sentei numa cadeira bacana, tipo de dentista, só que menos deitada. E ele colocou aquela coisa na testa que a rapaziada da mineração usa, com uma lanterninha bem no meio. E ficou lá fazenndo o que os otorrinolaringologistas fazem. Ou faziam no século XIX, não sei porque não tenho parâmetros.

Ok, voltei ao trabalho. Cheguei, e coisas foram acontecendo aos poucos. Recebemos a visita da Saudosa Querila (nomes alterados). Fomos almoçar no japonês em comemoração à sua visita. Foi tudo muito bom, menos aquela parte em que eu me sujei muito de Shoyu. Por muito, eu quero dizer muito mesmo. Quase uma mancha negra na minha camisa-de-coxinha. Fazer o que, né? (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!)

E aí, vocês já devem saber que eu tenho personalidade dupla, certo? Física e jurídica. Então, a minha parte jurídica começou a se sentir meio de lado, já que só meu lado física havia me fodido nesse dia. E então, eu recebi um documento. As regras desse jogo eram simples. Pega, assina, reconhece firma, escaneia e manda por e-mail. Simples, né? Muito, muito simples, né? Tão simples, mas tão simples que...

a) eu assinei errado;
b) o cartório não reconheceu a firma (mandei um moto boy fazer o serviço);
c) fui pessoalmente ao cartório (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!) para refazer meu cartão de assinatura, e aí deu tudo certo.
d) voltei ao escritório e fui rapidamente escanear o documento. Não funcionou. Tenta. Não funciona. Tenta. Não funciona. Tenta. Não funciona. Tenta. Não funciona. Pedi pro Loris escanear pra mim. Caralho que fase!
e) aí mandei o e-mail. que demorou décadas pra chegar. Quando chegou, chegou errado. Faltou escanear o verso. Tenta. Não funciona. Tenta. Não funciona. Tenta. Não funciona. Tenta. Não funciona. Tenta. Não funciona. Pedi pro Loris escanear pra mim. Mandei o verso.

Enquanto eu fazia tudo isso, meu sócio me ligava e chamava, por que ele camelava pelo centro de São Paulo em busca de nosso servidor magnificente. Oh, grande servidor, louvado seja. (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!) Liga, pergunta, pesquisa, desliga;Liga, pergunta, pesquisa, desliga;Liga, pergunta, pesquisa, desliga;Liga, pergunta, pesquisa, desliga;. No final, decidimos que era melhor comprar pela net. E assim foi feito (aleluia, irmãos!). Mas faltava a impressora matricial. (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!) Liga, pergunta, pesquisa, desliga; Liga, pergunta, pesquisa, desliga; Liga, pergunta, pesquisa, desliga; Liga, pergunta, pesquisa, desliga. Compramos uma, uma pechincha.

Manchester humilhando o Milan! Chupa Milan! Cheguei em casa, estava bem cansado. Me liga uma amiga, querendo tomar breja. É, pegou no meu ponto-fraco. Chego em casa, meu sócio liga dizendo que a impressora não funcionou. Era um mau sinal. Tomo um banho, dou uma relaxada, vou buscar amiga, combinamos de ir ver o jogo do timão na casa do Loris. Cervejas, cervejas para todos!

Assim que lá chegamos, minha personalidade jurídica que é metade minha, metade do sócio, e que já havia aprontado das suas com ambos, resolveu que não era o bastante. O que fez? Quebrou o carro do sócio no meio da rua. E aí ficou aquela correria danada, todo mundo procurando guinchos ou mecânicos 24 horas que funcionem até quando tem jogo do Corinthians na Libertadores. Acredite, não é nada fácil! Aí que fcamos por horas nesses lances fantásticos de má-sorte na vida. E nada se resolvendo. Até que achamos uma boa alma que cobrava o adicional-jogo-do-Corinthians-na-Libertadores, mas que se propôs a resolver. Isso resolvido, vamos ao jogo. Fim de jogo, empate fora é vitória! Daí, fui deixar amiga na casa dela, voltei para casa. Muito calor, pouco sono.

E até que foi bem divertido o dia, tirando as partes ruins. Oh, wait! Não sobrou muito, mas o que sobrou vai valer a pena! Boa noite! (tum tum tu tum tum tum tum tum tum OLHA O BREQUE!!!)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Highway to Hell

Eu adoro dirigir.

Com algumas ressalvas, como tudo na vida.

Cena 1: você rumando para um destino agradável, guiando um conversível por uma estrada vazia (e sem buracos), em um dia bonito com o pôr-do-sol ao fundo e uma pessoa bacana ao lado, ouvindo Master of Puppets.


Cena 2: você voltando do trabalho em uma terça-feira chuvosa, preso em um congestionamento de 75km na Marginal Tietê, dirigindo seu Pois É sem rádio que está cheirando a cerveja porque algum amigo bêbado virou uma lata no banco, enquanto dezoito vendedores tentam te vender um saco de biscoito de polvilho molhado, e você está apertado para ir ao banheiro imaginando quantos minutos ainda pode agüentar.


É. E ainda existem alguns indivíduos que colaboram para a vida do motorista das grandes cidades (é, estou falando de São Paulo) seja uma bosta por pelo menos uma hora por dia. Identifiquei alguns nas últimas semanas, a saber:

Taxistas: ou estão com muita pressa, ou sem pressa alguma. São mal-educados e nervosinhos. Quando levam um passageiro que não conhece a cidade, fazem caminhos nunca feitos antes na história deste país, para chegar a qualquer destino. Tal como sair de um hotel na Paulista e passar por Carapicuíba para chegar ao Anhembi.




Motoristas de ônibus: geralmente estão com pressa. Geralmente sinalizam quando querem mudar de faixa ou algo parecido. Mas acho que é apenas para se justificar, caso te joguem para fora da via, ou te derrubem (caso você seja um motoqueiro) porque o ato de sinalizar-mudar-de-faixa é praticamente simultâneo. Deu seta, entrou. Foda-se se alguém estiver ali. Passei por isso hoje, na Dutra. Mas como sou uma pessoa equilibrada, não reagi emocionalmente. Só acelerei e entrei na frente do ônibus, olhei pelo retrovisor, fiz um gesto pouco educado para ele, e fiquei andando o mais devagar que podia, que é algo que deixa eles putos. Quando ele tentava ir pra direita, eu o fechava. (lerolero).




Moto-boys: estão sempre com pressa. Não podem parar nunca. Se o semáforo fecha, ele continua se balançando entre os carros, apoiando-se nos carros, na cabeça dos motoristas, ou em seu lugar favorito, os espelhos retrovisores. Instituíram que o espaço entre as faixas é a sua highway. Se qualquer parte do seu veículo estiver ali, eles têm o direito de: (i) chutar (ii) bater com o capacete cor-de-rosa extra que sempre carregam pendurado (iii) bater com o capacete que levam na cabeça. E se você conseguir pará-lo e sair do carro para discutir, outros seiscentos e quinze motoqueiros irão parar também, te cercar, e sem saber o que aconteceu, e soltar alguma das seguintes frases, ou combinações delas:

- Aí maluco, tá tirando?
- Tá de presepada, playboy?
- Viu o Corinthians?
- Vai atropelá o irmão, chefe? Hein?

- Vamo caí pra dentro !

Aconteceu comigo também. Estava na faixa da esquerda da 23, e não fiquei raspando o carro no canto, como todos o fazem. Tsc, tsc, tsc. Nem dez segundos foram necessários para que um filho de uma puta desse um golpe de capoeira (sem cair da moto) que deixou a merda do espelho pendurado pelo cabo, enquanto eu ficava parado no trânsitoe ele seguia pela sua “faixa preferencial”, gritando “Brasil-il-il!”. E o mais legal é você contar isso depois, e as pessoas falarem coisas do tipo: “você não estava no canto da faixa, estava? Deveria estar.”. Ou seja, ele poderia ter desviado, mas como eu não estava espremido, ele tinha o direito de vandalizar meu carro. Enfim. Só quero que ele caia de cabeça qualquer dia. Preferencialmente na minha frente.

Um amigo, Pink (seu nome foi alterado para proteger sua identidade), comprou uma moto e agora diz que os respeita, porque entendeu o que eles passam. Imagino que não deve ser fácil mesmo, mas isso não justifica a maioria de suas atitudes. Eu não os respeito mais (olho-por-olho mode: on). Pronto, falei. Isso inclui você Pink, não cruze meu caminho.



Caminhoneiros: geralmente estão com pressa. Eles também podem fazer a manobra que quiserem, mas sem sinalizar. Deve ser porque ninguém vai querer ver o seu 1.0 de fibra no caminho de uma Scania 113 carregada de cana-de-açúcar, ou algo que o valha. Deveriam permanecer na faixa da direita, mas andam por onde estiver mais livre, a 23 Km/h. Fodem o trânsito. Não, também não é culpa deles. Nem minha.

Pedestres: geralmente estão com pressa. Por isso não esperam o semáforo ficar vermelho para atravessar, correndo.


As Categorias Especiais:

O-motoqueiro-que-quebrou-o-meu-retrovisor: já mencionei que quero que ele morra?




A-velha-que-saiu-da-vaga-sem-sinalizar-fazendo-minha-namorada-desviar-e-bater: deveria estar em casa, costurando. Mas se fizesse uma blusa, certamente teria três buracos para a cabeça, e um para os braços.

Meu pai: o melhor motorista do mundo.




Não-me-olhe-com-essa-cara-que-estou-aprendendo-a-dirigir-agora: tá bom, tá bom. Agora tira seu carro da minha sala que quero terminar de assistir o House em paz.

Meu amigo Manoel (seu nome não foi alterado, para expôr sua identidade) que atropelou um cavalo*:
AAAAAAAAAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAA... ai, ai. Mal aê cara, mas precisava contar essa.

* nenhum animal foi ferido durante a edição ou publicação deste texto. O cavalo sobreviveu ao atropelamento, mas não ao segundo, efetuado logo em seguida por uma caminhonete. RIP.