Tá Perdido? Pergunta, sô.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Nunca, Nunca Chega...



Hoje acordei, durmi, acordei de novo e durmi infitas vezes quantas foram possíveis. Até que já passei da fase do enrolar por prazer, para o enrolar por desafio. "I fought the law, and the law won...". Aí eu levantei mesmo, não teve jeito.

Saí da cama com aquela cara torta que todos saem (é, você também. Sério, sério...) dei aquela espiadinha sacana pelas cortinas para saber o que o tempo me reservava. Levemente nublado, sem grandes indícios de chuva. Se bem que, depois de teça-feira, com um indício e mais R$ 2,30 você chega ao centro de ônibus. Mas enfim, já decidi que sairia de moto.

Comi qualquer coisa, escovei os dentes. Falando em indícios, desde ontem ando tendo alguns de que irei ficar gripado em breve. Se não começar a espirrar feito um doido, provavelmente é a gripe espanhola reinventada em forma de porquinhos. Ah, essa minha vida viu?! Enfim, troquei de roupa, pensei no que o resto do dia me reservaria...

Aí aquela coisa toda, um "ôpa" dos mais sinceros pra rapaziada do estacionamento, a bordo da bordosa, e vamos lá. Sabem como se diz por aí, né? Sorte no trânsito, azar no destino. Poderia estar indo ao clube de golfe, mas fui parar naquele mesmo escritório de 9 anos atrás. E ele estava lá de pé, novamente. Sempre que estou chegando uma parte pequena porém persistente torce para que tenha-se demolido, ou algo que o valha. Mas não. Lá estava ele, firme, forte, austero e garboso. Primeiro cigarro do dia, mas alguns bom dias no piloto automático. Bola pra frente, se está no oceano se vire com plânctos. Em São Paulo, escritórios.

Aí eu olhei praquela coisa toda. E já não é de hoje que me bateu uma baita duma preguiça. (Aquela preguiça da Ana, não essa outra que vocês estão pensando, de gente carangueijinha). Aí eu fui, dei uma arrumada nos papéis, uns 300 mil cafés. E aí me deu uma vontade doida de sair por aí. Foi quando constatei que uma mudança conceitual apareceu na minha vida.

Sabem vocês, caros leitores, que eu penso um bocado. Penso muito!!! Quantitativamente e qualitativamente. Eu respondo grande parte das coisas na bucha, porque provavelmente já pensei naquilo. Quando ocorre de me perguntarem algo e eu não ter pensado sobre, eu respondo um seco, humilde e com sangue nos olhos "não sei.". Lembraram? Repararam nisso aí? É. Mas não é? Reserve.

Outra verdade irritante sobre mim, é minha falta de memória. E juro! É verdade, eu não lembro. E não tem a ver com álcool, e sim o que apelidei junto ao Sr. Morris de "arquivos temporários" que atrapalham outras memórias. Então, eu não lembro de nomes, de rostos, de o que eu fiz ou deixei de fazer em determinada hora... sóbrio ou não. Sobrecarga de espaço, preciso de um HD maior. Ou mais memória, não estou muito certo. (Não lembro!!).

O parágrafo anterior só fará sentido a partir de agora. Tem aquela uma coisa que eu me lembro. Lembro tão bem que incomoda. Não sei se é bom ou ruim, mas a real é que ainda mexe demais comigo, embora o tempo tenha passado. Então, nessa semana, sem nenhum motivo aparente, estava sozinho em casa, fui fumar um cigarro lá fora. Olhei pro céu como de costume, mandei um "boa noite" no automático, mas dessa vez me responderam. E foi um baita soco no estômago. Sabe aquela hora do filme em que tudo se resolve? Que várias cenas aparecem em flashes, rápidos e desconexos, com tempo passado e futuro tudo misturado? Pois é. Veio esse gancho de direita pra cima de mim, e precisei me segurar no parapeito pra não cair em nocaute. Tristeza instantânea...

Aí eu deitei na cama, e não me permiti cair em lágrimas, porque meu cérebro não consegue ver sentido em chorar por chorar. Então fiquei com os olhos úmidos. O coração apertado. Peguei o violão pra dividir comigo a tristeza. Não creio que por acaso, já que é um dos laços mais fortes que nos une até hoje. Depois lembrei de uma música, de uma banda que ele gostava também. Justo esse CD é cheio de dedicatórias, mas essas trazem lembranças doces. :) Aí, estava ouvindo algumas outras canções do CD, antes de chegar naquela uma que eu queria ouvir.

Aí a música chegou. E eu me segurei. Velho, foi foda. Eis o link, já é triste sozinha. Se ouvida num momento como esses, tem que ser forte. Pra burro. E eu sou.

Desde que entendi que o Someday Never Comes, resolvi parar de pensar tanto. Quanto mais eu penso, eu crio mais verdades cheias de embasamentos. E eu não quero mais saber das minhas verdades. Quero me provar errado, de forma empírica. "For there are many things, I don´t know". Por mais que sangre.

4 comentários:

Você sabe quem... disse...

Quer falar sobre isso? Setenta reais a sessão, sem recibo.

Leandro disse...

Belo texto garoto. "Eshcreve bónito"

Anônimo disse...

O "algum dia" é qdo a gente quer que aconteça. Nem tudo é certo ou errado... simplesmente é! E é bom demais qdo esse "algum dia" chega e nos surpreende... e nos faz pensar em pq ensaiamos tanto tempo pra deixar acontecer... pra fazer chegar...


ADOREI!

Ana disse...

Não.
Sem soquinho no queixo.
Gosto da tristeza, às vezes.
Principalmente quando ela cria texos assim...
Lindo. Lindo texto, hermanito.

Ps: Como pude deixar passar? Ô preguiça....