Tá Perdido? Pergunta, sô.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

É científico ou...

Esta edição não é uma idéia nova. Já sabemos do que ela é capaz. Sabemos que ela fará milhares de adolescentes, pré adolescentes e pacientes de clínicas de mau gosto pra revistas de sala de espera suspirarem de paixão platônica.

Esta edição venderá mais do que a que tinha o Harry Potter na capa usando só um chapéu de mago e segurando sua varinha. Venderá mais do que tinha o vampiro daquele filme de vampiros albinos virgens. Só não venderá mais do que a do Zac Efron porque nessa a comunidade gay contribuiu forte no consumo.

Esta edição rendeu nada menos que 39 convites para ensaios fotográficos sensuais em revistas de renome, nacionais e internacionais. Todas recusadas em nome da orgulhosa discrição que ostenta o artista e também por causa do cache vergonhoso que ofereciam pelas fotos, quase todas só de chapéu e óculos.

Esta edição trará um uma nova era ao universo insuportável da adolescência. Segredos serão desnudados. Verdades inacreditáveis serão chamadas de mentiras sensacionalistas. Paparazzi encontrarão um novo motivo pra viver.

Este post é, mais do que pra comprovar um fato, responder uma simples pergunta. Leandro Mani é científico? Ou tá na Capricho?


















Feliz Natal!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Balanço Analítico Consolidado


Impossível eu levar a vida que eu levo e não tentar fechar qualquer ciclo quando vejo isso acontecendo. Vejamos, estamos agora em dezembro, portanto 2009 está se encerrando. E aí comecei a dar uma pensada aqui, uma refletida ali...

Mas antes, queria analisar algumas outras coisas que andei lembrando. Sabem, para uma pessoa que geralmente não tem memória, quando lembro de algumas coisas é melhor escrever, se não se perde para sempre mesmo. Há 20 anos atrás, em 1989, lembro de um acontecimento mega importante na minha vida de criança: foi quando ganhei o Castelo de Greyskull.



Eu lembrei do ano por que no dia em que eu ganhei esse presente, foi o dia que o goleiro Rojas deu o Show do Rojão na Copa América. É, coisas importantes sempre acontecem em dias especiais. Foi especial para mim. Lembro que meus pais me olharam, com aquele olhar infalível meio envergonhados - meio *vou te matar se você não agradecer a Tia Lima (o nome foi alterado como sempre) como ela merece!*. Eu agradeci muito, é claro. E depois, quando cheguei em casa, peguei minha coleção (pequena) de bonecos do He-Man e exalava alegria. Meus irmãos morriam de inveja. Mas foi a primeira vez que ganhei algo grande e significativo. Sabe como é, né? irmão caçula herda uma porrada de coisa. Ganhar que é bom... (eu gostei do Super-Nintendo também, Mãe. Caso você leia esse texto ;) ). Foi marcante.

10 anos depois, por algumas circunstâncias infelizes e pela cronologia, lembro de ter adquirido minha independência. Ter cortado o cordão umbilical. Com meu pai, pra sempre. Com minha mãe, com jeito e cuidado. Não somente atingi a maioridade, como a fiz bem, bem longe de casa. Fiquei um ano vivendo entre os aborígenes na Austrália, aprendi como eles sobreviviam se alimentando de leite de avestruz e comendo carne de bode. Oh, wait. Não foi lá, mas foi longe. Enfim. Durante esse ano, aprendi que a roupa não se lava sozinha, aprendi como e porque devo trabalhar, o que fazer e não fazer durante o serviço, independente de onde você trabalha. Aprendi a escolher cerejas e nectarinas doces no mercado, aprendi a conviver politicamente, e que as pessoas são diferentes e não mudam para se adequar a você. Eventualmente mudam para evitar conflitos eternos, mas elas são sempre elas mesmas. Foi o melhor ano da minha vida (até agora).

E mais dez anos depois, cá estamos nós. Mil novecentos e 2009. Esse ano foi bem importante. Aparentemente, nesse ano adquiri minha independência financeira. Isso não quer dizer que esteja ricou ou nada disso. Apenas mostra que após algum tempo, o que você constrói acaba voltando. Então, fico feliz por ter comprado a moto, mais ou menos feliz pelo carro e feliz porque minha empresa com o colega Bruno (que simplesmente desapareceu do Blog!) esteja rumando o caminho certo. Estamos nos desenvolvendo e organizando, e fico muito orgulhoso com essas conquistas. Foi um ano também que percebi mudanças que nunca imaginei reais. Comecei a substituir inconcietemente as pessoas de sempre por novas pessoas, pouco a pouco. Não sou de deixar ninguém para trás, sempre tenho fases. E agora estou numa fase de preguiça de certas coisas que nunca mudam. E que, eventualmente, não me dão tanta preguiça, pressupuesto. Mas eu volto. Ah, se volto.

Somando prós e contras, acredito ter saído deste ano com um superávit de novos amigos, realizações, conquistas e saúde. Creio que tenho contas a acertar que deixo para o próximo ano, momentos a realizar, sonhos a vivenciar. Tenho, esperançosamente, amores a receber, boas notícias a ouvir, músicas a compor, e sorrisos a compartilhar. Tudo, conforme minha profissão explica, acaba se equilibrando no final do ano. Se não, é porque você deve ter errado algum lançamento. Saci-pererê, aqui, não tem vez. (Alceu, Prof.).

Feliz natal (eu não tenho natal!!!), feliz ano novo, muito sucesso a todos vocês! Obrigado por fazerem parte da minha vida.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Highway to Hell

Eu adoro dirigir.

Com algumas ressalvas, como tudo na vida.

Cena 1: você rumando para um destino agradável, guiando um conversível por uma estrada vazia (e sem buracos), em um dia bonito com o pôr-do-sol ao fundo e uma pessoa bacana ao lado, ouvindo Master of Puppets.


Cena 2: você voltando do trabalho em uma terça-feira chuvosa, preso em um congestionamento de 75km na Marginal Tietê, dirigindo seu Pois É sem rádio que está cheirando a cerveja porque algum amigo bêbado virou uma lata no banco, enquanto dezoito vendedores tentam te vender um saco de biscoito de polvilho molhado, e você está apertado para ir ao banheiro imaginando quantos minutos ainda pode agüentar.


É. E ainda existem alguns indivíduos que colaboram para a vida do motorista das grandes cidades (é, estou falando de São Paulo) seja uma bosta por pelo menos uma hora por dia. Identifiquei alguns nas últimas semanas, a saber:

Taxistas: ou estão com muita pressa, ou sem pressa alguma. São mal-educados e nervosinhos. Quando levam um passageiro que não conhece a cidade, fazem caminhos nunca feitos antes na história deste país, para chegar a qualquer destino. Tal como sair de um hotel na Paulista e passar por Carapicuíba para chegar ao Anhembi.




Motoristas de ônibus: geralmente estão com pressa. Geralmente sinalizam quando querem mudar de faixa ou algo parecido. Mas acho que é apenas para se justificar, caso te joguem para fora da via, ou te derrubem (caso você seja um motoqueiro) porque o ato de sinalizar-mudar-de-faixa é praticamente simultâneo. Deu seta, entrou. Foda-se se alguém estiver ali. Passei por isso hoje, na Dutra. Mas como sou uma pessoa equilibrada, não reagi emocionalmente. Só acelerei e entrei na frente do ônibus, olhei pelo retrovisor, fiz um gesto pouco educado para ele, e fiquei andando o mais devagar que podia, que é algo que deixa eles putos. Quando ele tentava ir pra direita, eu o fechava. (lerolero).




Moto-boys: estão sempre com pressa. Não podem parar nunca. Se o semáforo fecha, ele continua se balançando entre os carros, apoiando-se nos carros, na cabeça dos motoristas, ou em seu lugar favorito, os espelhos retrovisores. Instituíram que o espaço entre as faixas é a sua highway. Se qualquer parte do seu veículo estiver ali, eles têm o direito de: (i) chutar (ii) bater com o capacete cor-de-rosa extra que sempre carregam pendurado (iii) bater com o capacete que levam na cabeça. E se você conseguir pará-lo e sair do carro para discutir, outros seiscentos e quinze motoqueiros irão parar também, te cercar, e sem saber o que aconteceu, e soltar alguma das seguintes frases, ou combinações delas:

- Aí maluco, tá tirando?
- Tá de presepada, playboy?
- Viu o Corinthians?
- Vai atropelá o irmão, chefe? Hein?

- Vamo caí pra dentro !

Aconteceu comigo também. Estava na faixa da esquerda da 23, e não fiquei raspando o carro no canto, como todos o fazem. Tsc, tsc, tsc. Nem dez segundos foram necessários para que um filho de uma puta desse um golpe de capoeira (sem cair da moto) que deixou a merda do espelho pendurado pelo cabo, enquanto eu ficava parado no trânsitoe ele seguia pela sua “faixa preferencial”, gritando “Brasil-il-il!”. E o mais legal é você contar isso depois, e as pessoas falarem coisas do tipo: “você não estava no canto da faixa, estava? Deveria estar.”. Ou seja, ele poderia ter desviado, mas como eu não estava espremido, ele tinha o direito de vandalizar meu carro. Enfim. Só quero que ele caia de cabeça qualquer dia. Preferencialmente na minha frente.

Um amigo, Pink (seu nome foi alterado para proteger sua identidade), comprou uma moto e agora diz que os respeita, porque entendeu o que eles passam. Imagino que não deve ser fácil mesmo, mas isso não justifica a maioria de suas atitudes. Eu não os respeito mais (olho-por-olho mode: on). Pronto, falei. Isso inclui você Pink, não cruze meu caminho.



Caminhoneiros: geralmente estão com pressa. Eles também podem fazer a manobra que quiserem, mas sem sinalizar. Deve ser porque ninguém vai querer ver o seu 1.0 de fibra no caminho de uma Scania 113 carregada de cana-de-açúcar, ou algo que o valha. Deveriam permanecer na faixa da direita, mas andam por onde estiver mais livre, a 23 Km/h. Fodem o trânsito. Não, também não é culpa deles. Nem minha.

Pedestres: geralmente estão com pressa. Por isso não esperam o semáforo ficar vermelho para atravessar, correndo.


As Categorias Especiais:

O-motoqueiro-que-quebrou-o-meu-retrovisor: já mencionei que quero que ele morra?




A-velha-que-saiu-da-vaga-sem-sinalizar-fazendo-minha-namorada-desviar-e-bater: deveria estar em casa, costurando. Mas se fizesse uma blusa, certamente teria três buracos para a cabeça, e um para os braços.

Meu pai: o melhor motorista do mundo.




Não-me-olhe-com-essa-cara-que-estou-aprendendo-a-dirigir-agora: tá bom, tá bom. Agora tira seu carro da minha sala que quero terminar de assistir o House em paz.

Meu amigo Manoel (seu nome não foi alterado, para expôr sua identidade) que atropelou um cavalo*:
AAAAAAAAAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAA... ai, ai. Mal aê cara, mas precisava contar essa.

* nenhum animal foi ferido durante a edição ou publicação deste texto. O cavalo sobreviveu ao atropelamento, mas não ao segundo, efetuado logo em seguida por uma caminhonete. RIP.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

E Se...



Começou no domingo. Com um pequeno comichão causado por sair de um show fantástico do Idan Raichel Project com meu irmão e minha prima e cair num trânsito inexplicável na Av. Paulista, num domingo às 23:00. Mas já tinha surgido antes. Era algo entre o apocalipse das chuvas, a moto, a relação de águas com os fatos da minha vida, uma vida rotineira e besta e uma falta de perspectiva passageira.

Pensei imediatamente em todas as alternativas. Onde? O que? Por quê? Com quem? Será? Havia antes passado por uma drogaria, semanas atrás. Havia um anúncio que dizia que precisavam de pessoas com segundo grau completo e experiência anterior não era pré-requisito. Aí que tudo começou. Por que não? Eu já fiz algumas coisas bem fora do comum pra ganhar dinheiro. Já fui baby sitter, monitor de crianças, bóia-fria... Por que então estagnar em algo que não dá prazer, mas dá estabilidade? Devo assumir minhas rugas tão cedo?

Vamos pra Manaus? Pra João Pessoa? Pra Jericoacoara? Voltar a Israel? Pro interior de São Paulo, fugir um pouco do caos, mas ter família e amigos acessíveis? Quanto interior? Osasco? Barueri? Lauzane? (sacanear o irmão: Check!) Fiquei pensando nisso. O que mais me interessou na verdade foi entregar panfletos na Croácia. Batata, não poderia dar errado! O problema é que a história afirma que eu começaria nisso e seria o mais feliz entregador de panfletos do mundo todo! Tão bom, que seria promovido, promovido, promovido, até alcançar um cargo cheio de stress, estabilidade, ganância, desânimo... E depois o que? Voltar ao Brasil, procurar um lugar ao sol na farmácia? Por que não consigo ser feliz com pouco? Sou só eu?

Pensei depois em voltar a estudar. Terminar alguma universidade, ainda que não fosse aprender muito. Em dois anos me formo contador. Mas já tenho as ferramentas, esse diploma serviria de que? Ah, mas os amigos, networking, morcegos e afins. *Suspiro*. Não sou preguiçoso, quando estudo, estudo mesmo. Tiro notas excelentes e sou aluno exemplo. Por que sento lá atrás, freqüento o bar religiosamente, mas entrego os trabalhos em dia e me dou bem na prova. Passo cola, ajudo meus amigos e eventualmente começo a atuar nos movimentos estudantis. Se estivesse num filme jovem americano seria um dos intermediários entre os quarterbacks e os do clube de xadrez. Aqueles que não serão protagonistas de nenhum outro “não-besterol” americano.

Viu? A gente chega perto dos 30 anos e começa a pirar com a falta de tempo. Mesmo não fazendo a menor diferença pensar nisso agora ou daqui a 20 anos, com filhos, esposa, casa pra cuidar, cachorros pra passear e outras porcarias que a rotina nos traz. A vontade é radicalizar mesmo, dar um tiro no passado e reiniciar a vida. Costuma funcionar um bocado com o Windows, pode funcionar com a vida também. Não? Difícil dizer. Não, não é difícil dizer. Difícil é efetivamente fazer isso.

A única coisa que eu não queria mesmo, era daqui a 20 anos passar a mão na cabeça dos meus filhos, passear com meus cachorros, beijar minha esposa e ir trabalhar bufando, pensando na pergunta da qual eu mais tenho fugido nos últimos 10 anos: Mas e se...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

E o Chinelo? Onde Está o Chinelo?


Boa tarde, caros leitores e leitoras.

Peço que tomem um pequeno tempo para dar uma olhada nesse videozinho aqui, ó: ESSE VIDEO AQUI.

Não sei por qual motivo exatamente lembrei desse comercial há pouco, mas eu gosto bastante dele. Primeiro porque ele não diz nada sobre o produto que tenta vender. E eu odeio propagandas 1406 look-a-like, que demonstram milhões de vantagens que nunca parecem ser vantagem alguma. Algo como : "Veja, e se você posicionar o produto a exatos 38,9º da hipotenusa do triângulo do sol lunar, o eclipse pode ser visto sem o auxílio de um raixo-X. Fantástico!". Né? É, foi o que pensei.

Mas gosto mesmo é do texto do video. O narrador poderia ser menos macabro, mas a mensagem é ótima: Por que? O que você ganha com isso? Qual é o seu problema, seu demente, não vê que está chovendo? Onde você pensa que vai chegar, correndo aí parado na esteira? Bom, eu, como sabem, não sou muito de fazer exercícios. O que sim, eu faço algumas outras coisas que aparentemente não fazem sentido algum.

Por que você gastou 486 amendomangos para gravar um CD profissional se você não quer nada disso da vida? Por que vocês não fazem show? Para que perder tempo em ensaios se não vai ficar famoso? Por que você não volta a tocar Lá na Roça? Por que não se empenha, divulga, faz tudo o que tem que fazer, se joga de cabeça nisso? Por que você tem 02 veículos? Pra que moto? Se não há contratos, público, tietes...

Por que se empenhar em fazer um trabalho o mais perfeito possível se ninguém dá atenção? Ninguém dá a mínima para o que quer que eu faça, então porque não faço de qualquer jeito e foda-se? E aí, não dá pra desviar? Por que as pessoas desconfiam de todos que administram o dinheiro? Porque a humanidade está perdida ou porque com grandes poderes vêm grandes responsabilidades? (uncle Ben detected!).

De verdade? Não sei responder nem 5% dessas questões todas. Provavelmente eu só vou vivendo e andando, por rotina, por prazer, por impulso, porque sim (Porque sim, não é resposta! Que fase, hein Tas?), porque me mandaram. Eu não me importo. Eu sigo fazendo ou não fazendo, odiando antes de conhecer, rejeitando o que parece rejeitável, e curtindo e montando o que merece ser cultivado. Mas, assim como o velho Johnny, eu sigo caminhando. Sem bengala, que isso é elemento fálico e coisa de gente velha e safada. Ando em passos lerdos, não estou com pressa. Mas não estou parado. É que não sei mesmo pra onde mesmo que vou, mas vou até o fim! (Buarque, Chico).

No mais, chove lá fora e aqui... aqui não. E hoje eu não estou de moto! CHUPA SÃO PEDRO!!! Vamo Corinthians!!! Rumo à Cloaca! (só pra quem viu ou vai ver!). My best regards, e vão achar seus próprios chinelos! Bacios!