Tá Perdido? Pergunta, sô.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Sobre Canelas e Uvas-Passas
Carnaval é uma época sempre bacana. Mentira, é terrível. Obviamente, como tudo na vida, poderia (e já foi) muito pior ou muito melhor. Mas atualmente é só mais ou menos querrido. Sei que tenho trauma de desfile de escola de sama porque quando era criança eu morava na rua Afonso Pena, que é paralela a Av. Tiradentes (onde ocorria tão belo desfile, anualmente). E sabe o que acontece quando você tenta dormir morando tão perto do desfile, crianças? Você não consegue e passa a odiar samba com todas as suas forças. Oiés, Die, Samba Die!!
Já em outras épocas, o carnaval significava muitos dias de folga! Que levavam à viagens iradas! Pra Minas, pra praia, pra qualquer lugar! Ogrigem e destino de diversas histórias clássicas! Nem sempre estive junto, mas sempre que estive me diverti a rodos! Oiés, Samba Lives Forever!!!
Entretanto, ultimamente, sinal dos tempos ou não, tenho sido impedido de manter essas viagens mitológicas em função da minha vida de agente duplo dos infernos. Esqueço de trabalhar para um dos lados que mantém o equilíbrio natural da Amazonia, e nessa época sempre tem alguém puto da vida por conta de alguma pendência minha. E eu, silenciosamente, sofro. Mas, são ossos do ofício. O que eu poderia fazer, né?
Neste ano especialmente eu já estava aflito pois não haviam mais mil propostas e certezas de viagens. Quando surgiram porém, eu já havia sido impedido por questões trabalhistas. Mas é o que todos dizem quando digo que trabalho por conta: "your boss sucks!". É, nao conseguiria concordar mais. Sobretudo quando ELE esquece que tem contas a prestar e fazer relatórios e balanços, e depois vai viajar no carnaval e me deixa aqui fazendo o serviço sujo. Relamente, meu chefe é uma bosta. Oh, wait! Enfim, eis que fiquei.
Mas apenas comprovando toda a minha malevolência, pensei em terminar tudo logo no sábado, pra tentar viajar a noite. Ainda seria bastante tempo! Mas (adivinhem só criancinhas...) eu terminei tudo ontem. É, ontem a tarde. Ontem era segunda, não dava pra viajar mais. Mas é isso, é a vida, né? Então, assim que terminei o serviço, pensei em comemorar! Fui almoçar (sozinho mode : on) no Mc Tonhos (o nome foi alterado porque não gostamos de merchandising nesse lugar). Comi por lá, e estava indo embora quando pensei: "está mesmo um dia bonito! Poderia ir ao cinema!!". Na hora fez sentido perder o dia bonito numa sala escura com ar condicionado, fazer o que? Mas sei que tive sorte, porque assim que cheguei no lugar, o filme que eu queria ver há tempos estava prestes a começar! U-hu! Comprei (e paguei meia porque meu banco racha o cinema comigo! Bank Leumy, eu te amo!). Fui assistir então ao Sherlock Holmes. E o filme é bom! Downey Jr virou o novo Edward Norton. Se ele estiver no filme, pode ir ver que será bom. Além disso, destaco a relação "estranha" de Holmes e Watson, que é muito parecida com a relação de House (o médico) e Wilson (o médico), como observaram muito bem O Loris e a Luciana (nomes alterados, bola pra frente). Aí eu saí de lá, tomei um Milk Shake de ovo de páscoa no Lob´s e fui me encaminhando para casa.
Mas ainda não era suficiente. Eu tinha mais o que comemorar. Por que não é que eu fiquei em casa atolado fazendo o que eu tinha que fazer. Idiotamente, como eu sempre faço, eu fui sair e tentar me divertir. Mas onde quer que eu estivesse, além de eu estar lá, estava lá a dona Neura dizendo "você tem que terminar o trabalho , seu imbecil dos infernos!!! *tapa tapa tapa*". E agora eu saía sem culpa. Não podia desperdiçar o resto do dia bonito, pois quando saí do cinema ainda estava claro (moramos na Noruega mode: on). Assim que pisei em casa dei um "opa" caloroso pra família. Liguei pra uns amigos e fui resgatar o amigo Giliarde que estava se afundando em casa jogando video-game.
Cheguei lá, arranquei ele pelo cabelo enfiei no carro e fomos no Shopping Do Meu Irmão. O nome não foi alterado, porque meu irmão mora lá dentro mesmo. Não sai de lá por nada. Enfim, fomos procurar luvas de boxe. É, também não entendi. Sei que estávamos lá, andando sem rumo, demos uma passada no cinema para ver o que estava pegando. E o que estava pegando era uma pirralhada dos infernos aproveitando o feriado passeando no shopping sem os pais. Arght, caralho como estou velho!!! :| Aí Gili me diz:
- Mano!! Avatar!!! Quero muito ver Avatar! 3D!!! E Minhamulé não gosta! Vamo comigo Élou?
- Sério? Acho que se eu for duas vezes ao cinema no mesmo dia as formações astrológicas vão foder com o mundo...
- ????
- Tá bom.
Compramos e fomos! Um café pra esperar, conversas sobre tudo o que há na vida, mas mal sabia eu que meu desdém seria castigado com uma senhora satisfação! Oiés, Avatar Lives On and On!
A real é que eu iria escrever sobre as sensações do 3D. Mas vou deixar pra próxima, porque esse aqui já está viciado e todo trabalhado no carnaval. E não quero misturar essas alegorias com a coisa-mais-foda-que-eu-já-vi (desde a Liv Tyler no clip de Crazy - Pivets detected!). Me acompanham na próxima postagem então? Booa!
Cheers!
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Tired of "Me"
Pois é. Já se olhou no espelho alguma vez e teve vontade de se dar tanta porrada que o seu reflexo não daria conta de levantar por horas? Ando meio assim. Possivelmente é só mais uma fase daquelas “ah, não tem nada novo vamos inventar um problema pra resolver”. Ou então, é porque eu e eu mesmo temos convivido demasiado tempo ultimamente.
Isso porque estou sozinho em casa, sozinho no escritório, sozinho no estado civil. Sozinho. “Eu sou só eu, só eu só, só eu”. E já estou me dando no saco. Ou isso, ou é o meu reflexo que está cansado de mim. Cansado de me ver fazendo as mesmas coisas, seguindo as mesmas rotinas, insistindo nas mesmas burrices. As vezes eu me olho, e meu outro eu está com uma cara de desaprovação indescritível. Ou seria eu sobre ele? Será que é possível discernir? Acho difícil. Pois então temos que aprender a conviver ou reaprender alguns preceitos e recomeçar.
Estava pensando... acho que essa estória de que “quebrar espelho dá azar” se deu pelo fato de várias outras pessoas sentirem-se como eu nesse momento, e partirem pros “finalmentes” de fato. E aí para preservar o patrimônio familiar, impuseram essas regras que ninguém acredita, mas todo mundo respeita.
Eu:
- não dou uma segunda chance;
- penso, logo desisto;
- copio (ou reproduzo, no bom sentido) com extrema facilidade, mas não crio nada;
- me fecho para novidades;
- tenho medo de altura;
- falo pouco, ou menos do que eu gostaria;
- jamais crio situações estressantes, ainda que isso me estresse pá c... ;
- passo tempo demais vendo o tempo passar com bobagens;
- sou cético na prática, mas idealista nas profundezas;
- sou alto (hahahahahahahaha 4,5), sou forte, sou filho do norte;
- digo que trabalho demais, embora as vezes eu minta;
- digo que nunca minto, embora as vezes eu diga a verdade;
- gosto de pensar que “isso” é o melhor que eu posso ser, mesmo tendo certeza de que poderia ser melhor se tivesse menos medo;
- não tenho medo.
Se prepara, reflexo. Nada vai mudar.
PS: Essa não vai pra sessão "Morcegos" porque não quero manchá-la com tanta melancolia. Rá!