Tá Perdido? Pergunta, sô.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre Amigos e o Tempo


Acordei hoje cansado, como sempre. Vítima do meu moleque interior, aquele que acha que dormir mais tarde é um benefício inindisfrutável. No meio dos dorme-acordas da manhã, aquelas de sempre em que brigo com o despertador, hoje eu ganhei de muito. Não sei a que horas, dei tamanho tapa no coitado que ele caiu no chão (chupa!). E não funcionou mais, o que fez com que eu chegasse atrasado no serviço (mas eu sou dono do meu nariz, então que se danem as convenções. Principalmente as coletivas. Eca!).

E aí que passei um fim de semana totalmente excelente e nostálgico. Na sexta feira, tive o imenso prazer de receber em casa a turminha do mal (ou do barzinho Matrix, do seu madruga, como preferirem) que estudou comigo no Senac. Sim, nos formamos contadores todos juntos. Mas apenas eu e o Bruno seguimos nesse rumo, já que o André foi virar engenheiro florestal nas amazonias, e o oto Daniel foi virar artista de TV. Ou qualquer outra coisa do tipo. Sei que ele trabalha com televisão, então deve ser artista.

A gente anda tomando esse costume sagrado de se encontrar anualmente, quando o André vem pra São Paulo visitar a família. E cara... que engraçado! Muito, muito engraçado! Existe uma pequena chance de eu ser expulso do prédio tamanho era o barulho das gargalhadas. E bate o pé no chão. E toma cerveja, e come pizza com a mão. E se lembra das mesmas velhas piadas obrigatórias, que tem a ver com e-mail, cera quente, e outras coisas que não devem fazer o menor sentido para a maioria. Mas para nós? Simplesmente engraçado. Só notei que eles foram embora mesmo quando arrancaram em seus carros, porque mesmo após sua saída, ainda reverberava o barulho e as gargalhadas (eram eles rindo alto lá da rua...).

Isso foi na sexta. No sábado, muito, muito feliz porque descobri que a gambiarra do encanador deu certo, e minha cozinha não ficará mais alagada! Meu irmão apareceu lá em casa, e fomos pra casa da minha irmã, junto com minha mãe. Família é irado! Belo almoço! E após, todos foram dormir, mainha foi embora e fiquei conversando com minha irmã. Fazia tempos que a gente não conversava. Depois, cafezinho com maninho, e fui dar um descansão. Tinha um casamento pra ir no sábado.

Casamento de uma amiga da época do Mackenzie, antes ainda do Senac. Faz tempo, hein? E como é bom, e que legal reencontrar aquela turminha do mal (ou do Azaléia, como queiram). Sempre, sempre, tão divertido! Tão engraçado! E que casamento lindo! Tudo iraaado! Mesmo, mesmo.

E ainda deu tempo de ir visitar outros amigos que já saíram do meu ex-trampo. Tomar um café, uma breja, e ver o Corinthians ganhar (chupa, Bruno!). E de falar com amigas e amigos antigos e novos, que no final da conta, tem o mesmo valor. Talvez seja eu mesmo. Não acredito que eu seja tão legal quanto eu pareço ser, mas meus amigos, esses sim, são todos especiais. Cada um a sua maneira, cada um tem o seu espaço. E sabendo-se respeitar o espaço e os agrados e desagrados de todas as pessoas, você mantém contato com todo mundo, o tempo todo. E isso não é importante. Você pode passar bem a vida inteira com um amigo, com a família, ou sozinho. Cada um que ache a sua felicidade como bem entender, não existe fórmula para isso. A minha? É que, mesmo quando estou sozinho, eu nunca estou. E mesmo quando acreditem que esqueci de vocês, eu não esqueci. E por mais que eu ande no vale da morte, eu...oh, wait! Isso é outra coisa, né? :p

Amigos, amigas, famílios, famílias: je vous aime. Beijos, me twitem.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sob Nova Direção


Então tá bom. Agora já faz uns 2 meses que estou morando só. Só eu só, só eu. Nesse tempo, já deu tempo de sacar um monte de coisas. Entre elas, que eu sou um dos principais culpados pela fome na África, porque tudo aqui acaba estragando. Descobri também que a o skype é a ferramenta mais importante que existe na condição de living alone. Porque, embora vivendo sozinho, nunca estou sozinho de fato, embora ainda esteja. É, eu sei, parece confuso no início, mas depois a gente se acostuma com pixels e eles viram grandes amigos. Não preciso nem sair de casa pra tomar uma com os amigos, rever a família e botar a conversa em dia com amigas queridas.

Descobri também que sou um viciado dos infernos, e toda vez que chego ligo o computador e todas as espécies de mensagens online que existem na terra. Mas porque é divertido. Fui contemplado também, após todos esses anos, com uma antena que oferece MTV de qualidade. E por deus, como eu assisto MTV agora! Todos os dias! Até acompanho o site pra ver qual o próximo programa. E sem precisar de Bombril!

Falando nisso, também descobri que sou obsessivo compulsivo, e que fico lavando a louça loucamente. Não que isso seja negativo, já que quanto mais eu lavo, menos tem coisas pra lavar. Falando em lavar, você que me acompanha também em flashes diretos pelo facebook, já sabe que estou com um vazamento fela da puta toda vez que lavo roupa, e olha que eu nem lavo muito. E lavo menos ainda pra não ter que ficar secando a cozinha por mais 3 dias. Inferno! Vende-se máquina de lavar, vou lavar aqui no prédio mesmo.

Descobri também a delícia de receber gente aqui em casa, e finalmente acabei descobrindo "o que os anfitriões fazem quando todos vão embora". Eles sentam e choram. Mentira, eles lavam a louça. Eu lavo, pelo menos. Vide parágrafo anterior. E cada vez mais vou tornando esse pequeno lugar num santuário lotado de manias, métodos e outras cositas mais. A Fátima vem aqui a cada 2 semanas dar uma geral, porque não dá tempo e dá muita preguiça de ficar limpando, e é sempre melhor deixar isso para as profissionais.

Outra coisa bacana que ando reparando nas casas de outras pessoas e achando graça, são os substantivos que acompanham as louças e outros utensílios da casa. Pano de chão? Prato de sobremesa? Faca de manteiga ou de pão? Taça de vinho? Aqui em casa temos algumas modalidades. O pano que está seco, a faca que está lavada, o copo grande e o copo pequeno. E pronto, acabou. Com isso, descobri que não acaba nunca a lista de coisas pequenas que ainda falta comprar. Mas já comprei o saca-rolhas. Toda vez que vou no mercado, acabo comprando alguma coisa nova pra casa.

Falando nisso, mercado virou um apêndice da minha casa. Diria que nesses meses já fui mais ao mercado do que à balada. E até que é divertido, fico brincando de descobrir qual é o melhor e talz. Por exemplo, embora tenha deixado minha perna direita (a calça não foi suficiente) no Corcovado (nomes alterados), eles tem produtos irados pra quem mora sozinho. Convenientemente pequenos, de modo que não estraguem. Mas descobri que é melhor jogar fora pagando barato do que ficar devendo 14 meses de aluguel apenas para não desperdiçar mantimentos (seu Barriga curtiu isso).

Mas o principal dessa experiência, é a experiência em si. É saber que as coisas não se fazem sozinhas, e ter a independência total. Cortar o cordão umbilical, e ligar pra casa de mainha porque dá vontade de ligar. E ir visitar porque tenho saudades. E conversar com meus irmãos porque, no final das contas, é bem aquilo que temos. E chegar em casa do trabalho, ligar o skype, falar com o amigo que já tem mais experiência nisso, e ele te ensinar a fazer uma omelete online. E fazer, e descobrir que cozinhar deixa uma zona danada no fogão. Mas fica maior gostoso! Ainda mais com os ovos que venciam logo mais, de forma que a África não sofra com a minha displicência. E, depois de tudo isso, assistir televisão, MTV, tomar uma breja, fumar um cigarro e se preparar pra dormir, pois amanhã temos mais um longo dia pela frente. E eu? Eu estou tirando de letra, merrmão!! Eu sou siniashtro, não tinham te avisado?! ;)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eu, Mesário


Sim, tivemos ontem mais uma grande festa da manifestação de satisfação ou não do público eleitoral brasileiro. Cujo resultado não poderia ser mais espalhafatoso. Independente das vitórias da democracia, da razão, dos palhaços - que finalmente terão um representante da classe no Congresso, já que o Carequinha e o Espirro nunca conseguiram se eleger.

E eu, participante apolítico ativo dessa festa, fui chamado para a minha última grande contribuição para o Brasil Varonil-il-il. Mesário novamente. Pela quinta e útima vez. Ou assim espero. Nessas circunstâncias, eu era tipo o papa do mesariado brasileiro. As fiscais entravam na sala e pediam pra eu ir instruir o pessoal das outras sessões. Pra dar uma força aqui e ali, e em sendo minha última vez, confesso que gostei do status de "tiozinho que sabe tudo". E era tiozinho mesmo. Na minha sessão, sempre legal reencontrar amigos libertados indo, votando e partindo. E alguns remanescentes, e mais jovens pobre-coitados que foram aclamados com o grande poder de conscientizar a população.

Nunca serei presidente de direito, mas sou presidente de fato naquela sessão. Estipulo os horários de almoço, a logística de funcionamento e o andamento da sessão. Não houve filas enormes na minha sessão (sorte). Mas quando houve, não me desesperei. Até porque, isso não muda nada. Meu dia estava perdido, e o que são 5 minutos a mais para que ama o Brasil de verdade? E algumas pessoas votam demoradamente, o que inutiliza qualquer tentativa de agilizar o movimento.

Assessorei os eleitores confusos, de modo que toda a democracia pudesse ser estabelecida. Por exemplo, como 40% dos meus eleitores não tem idéia do que significa "senador" e "3 dígitos", ensinei por diversos momentos como votar em branco (porque o conceito de anular o voto é extremamente complicado). Se ao menos me perguntassem o número de algum candidato, eu poderia ajudar. Mas não, eles só queriam votar pra presidente. E isso demora. Alguns se revoltaram com o fato de ter que votar pra tanta gente. Mas no fim, tudo deu certo.

Além disso, a mesma velha de sempre, que sempre traz biscoitos estragados pra nos presentear, dessa vez, acho que não tinha nada vencido. E pediu desculpas por isso. Sua velha nojenta! Um outro velho, este um lord, vem sempre no início da manhã. Traz consigo conselhos excelentes, marcas de uma vida solitária e amargurada. Não consegue ver um jovem (o outro mesário, não eu. Eu sou t-i-o-z-i-n-h-o!) e não dar conselhos da vida. Você deve manter alicerces firmes, a Prece, a Família, mimimi. Disse que leu uma reportagem sobre a Rússia, onde não existe mais nenhum casamento. Só tem gays e lésbicas... "ninguém mais procria (sic)". Disse para que ele achasse uma garota recatada e se casasse, apontando para a presidente da sessão (que riu o dia inteiro disso, do fato de ela parecer recatada para o seu Paulo). Uma aula de solidão. "Tenha filhos, meu filho. Para que você não passe uma velhice tão solitária". CRASH. E foi-se.

No fim do dia, com toda minha experiência, a mesma do Toninho Cerezo jogando no São Paulo em 1993, mandei a mesária novata ficar na fila quando eram jogados redondos 16:45. Às 17:00 tocou a sineta. Às 17:03 encerrei a ata, mandei imprimir as quinhentas vias de enésimas da urna, tirei o disquete, todo mundo assinou tudo, e às 17:08 éramos os primeiros da fila para entregar a urna e os documentos. Os pobre-coitados que não tem essa experiência devem ter ficado lá até as 19:00. Sono molto superiori!

E assim fomos todos embora, e eu cheguei em casa às 17:20. Fácil assim, simples assim. Mais tranquilo do que eu imaginava assim. Todos com aquele desejo íntimo de que não houvesse segundo turno, não porque tenhamos qualquer pretensão de que o Brasil melhore de vez. Egoisticamente, assim como todo mundo, só queríamos água pra beber (água, sei), comida pra comer e domingo pra descansar. Mas esse eleitorado fanfarrão brasileiro tinha que me tirar mais um dia, não é? Seus baderneiros!

E pra finalizar, a sessão "vendo o lado cheio do copo" pro segundo turno:

  1. Depois de tanta ladainha, quem vai decidir o futuro do Brasil, de fato, é a Marina. Boa Marina!
  2. Aquela velha dos infernos vai poder se desfazer das empadinhas de 1989 que ela guarda para momentos eleitorais decisivos;
  3. Vou rever a galera da sessão mais uma vez;
  4. Vamos torcer para ver se a D. Pirosca (sim, é isso aí mesmo) finalmente vai às urnas;
  5. Mais pessoas irão desfrutar do gozo de folga de mais 2 dias (eu não, é claro);
  6. Mais R$ 20,00 (cash) na minha mão! É, o tribunal tá gashtaaaaando (como diria o lendário Sr. Salomão).
Depois eu conto como foi. Grande abraço, e votem com cuidado e atenção. O número do Monteiro Lobato é 99. N-O-V-E-N-T-A-E-N-O-V-E!!!!!!