No último final de semana, fui parar em um lugar excepcional, sobre o qual me sinto na obrigação de comentar. Bom, não sei qual a reação da moderação frente a postagens fúteis que façam publicidade sem retorno financeiro (ao menos para a moderação), mas realmente preciso falar deste lugar. Talvez por não ter nada mais sobre o que falar, mas enfim...
A questão é que eu precisava cortar a barba. Não apenas “tirar”, mas “fazer”. Manja? E você pode pensar que isso é algo simples, que qualquer marmanjo deveria saber fazer sozinho. Eu também pensava, mas só que não é bem assim. Existem ferramentas adequadas e altamente tecnológicas para “tirar o excesso” de barba. Fazer o contorno é fácil, mas ela precisa ficar “ralinha”, sabe? Tipo a dos atores globais que viviam na Itália do início do século passado, mas conseguiam este efeito. Pois é, gosto de deixar a minha do mesmo jeito, senão ficam me chamando de Renato Russo por aí, e não existe nada que me irrite mais do que isso. A não ser quando confundem meu nome e me chamam de Leonardo. Não sei por que inventaram este nome. Whatever.
Bom, a outra questão é que atualmente encontrar alguém que faça barba, um barbeiro no “old style” é difícil. Só existem cabeleireiros e cabeleireiras. E o curioso é que eles parecem ofendidos se indagados sobre isso. É como se perguntar “Então, mas você faz barba também?” soasse para eles como “Então, mas você faz programa também?”. Geralmente dizem que não bem alto e fecham a cara. A parte boa é que param de puxar papo, e eu posso cochilar em paz depois. Coisa estranha isso.
E eu, em minhas recentes andanças sobre um bairro nobre de um município da região oeste (este mesmo), já tinha passado os olhos sobre este estabelecimento. O nome já é atrativo “Barbieri Del Capo”. Naipe né? Já tinha me chamado a atenção pelo nome, os móveis, e os quadros legais de caras topetudos e estilosos, tipo o Elvis e o James Dean. Era um lugar pra homem, lá não tinha cabeleireiro. Como anda difícil mesmo achar um lugar mais simples que faça barba, arrisquei.
Aí você mal chega e é recepcionado por alguém que não está com cinco chicletes na boca, e não pergunta simplesmente “cortar né??”. Perguntaram meu nome, se anda tudo bem comigo, se tenho preferência por este ou aquele profissional, me disseram o tempo aproximado de espera e enquanto eu sentei em um aconchegante sofá me ofereceram água ou um expresso. Caraio! Nunca me imaginei tomando um café no mesmo lugar onde cortaria a barba.
Enquanto esperava reparei melhor na decoração, e vi outros quadros com fotos em preto e branco de belas cidades, reparei que na hora da lavagem os cabras recebiam uma verdadeira massagem que durava um tempão, reparei que todos os clientes usavam relógios que valem mais que minha casa, reparei na estante enorme com produtos refinados (sem serem afeminados), nas garrafas de Whisky (vai ver não me ofereceram porque ainda era cedo) e comecei a me perguntar quanto pagaria por esse bendito corte de barba, que eu deveria fazer sozinho. É, agora eu também já achava que deveria fazer isso sozinho.
Já estava pensando em uma desculpa para levantar dizendo que ia pegar qualquer coisa no carro (eu estava a pé) e sair correndo dali, mas resolvi ficar. Foi quando vi as revistas que o estabelecimento possuía a disposição dos clientes para serem folheadas enquanto esperávamos nossa vez, saboreando aquele delicioso café expresso que me custaria duas semanas de trabalho. Olha só: VIP, Sexy, Quatro Rodas, Playboy, algumas com “business” no nome e até quadrinhos do Maurício de Sousa. Isso sim é que é atendimento VIP hein? Mas resisti à tentação de “ler” a Playboy do mês lá na frente de todo mundo. Vai que eles tenham uma taxa extra para “clientes que têm ereção durante o tempo de espera”. Vai saber né.
Bom, quando chegou minha vez fui atendido pelo brother que parecia ser o dono (era o maior topete). Depois de uns vinte minutos, cremes com fragrâncias espetaculares, uma navalha capaz de cortar o tronco de uma sequóia, toalhas aquecidas e os caraio, lá estava eu com a barba mais perfeita que já havia ostentado. Um espetáculo! Se cruzasse com a Alessandra Negrini naquela hora ela pularia no meu colo. Após receber um cartão do local, um tapinha nas costas e aquela coisa toda, era hora de ver quanto havia custado a brincadeira. Quando a “mocinha” do caixa, que mais parecia uma passista da Vai Vai me deu a notinha, tive falta de ar, tudo ficou escuro e...
Hoje, cinco dias depois, ainda estou aqui. Lavando as xícaras dos clientes para terminar de pagar minha conta, já que hipotecar a casa não foi suficiente. Então, se você vier aqui diga que foi por causa da postagem que eles vão eliminar mais alguns reais da minha conta. Só espero poder sair antes do carnaval.
4 comentários:
Iraaaaaaaado!!!! Nelvoooooso, mano!!!! Melhor que o Paulo Francis!
Fala maaaaaais!!!!
quanto foi o trampo malandro? quero conhecer, mas não sei se tá dentro do meu orça! abçs
Então Jonas, não lembro porque faz tempo, mas sei que não é tão absurdo assim, e o serviço vale a pena ! abs
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