Tá Perdido? Pergunta, sô.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

E Se...



Começou no domingo. Com um pequeno comichão causado por sair de um show fantástico do Idan Raichel Project com meu irmão e minha prima e cair num trânsito inexplicável na Av. Paulista, num domingo às 23:00. Mas já tinha surgido antes. Era algo entre o apocalipse das chuvas, a moto, a relação de águas com os fatos da minha vida, uma vida rotineira e besta e uma falta de perspectiva passageira.

Pensei imediatamente em todas as alternativas. Onde? O que? Por quê? Com quem? Será? Havia antes passado por uma drogaria, semanas atrás. Havia um anúncio que dizia que precisavam de pessoas com segundo grau completo e experiência anterior não era pré-requisito. Aí que tudo começou. Por que não? Eu já fiz algumas coisas bem fora do comum pra ganhar dinheiro. Já fui baby sitter, monitor de crianças, bóia-fria... Por que então estagnar em algo que não dá prazer, mas dá estabilidade? Devo assumir minhas rugas tão cedo?

Vamos pra Manaus? Pra João Pessoa? Pra Jericoacoara? Voltar a Israel? Pro interior de São Paulo, fugir um pouco do caos, mas ter família e amigos acessíveis? Quanto interior? Osasco? Barueri? Lauzane? (sacanear o irmão: Check!) Fiquei pensando nisso. O que mais me interessou na verdade foi entregar panfletos na Croácia. Batata, não poderia dar errado! O problema é que a história afirma que eu começaria nisso e seria o mais feliz entregador de panfletos do mundo todo! Tão bom, que seria promovido, promovido, promovido, até alcançar um cargo cheio de stress, estabilidade, ganância, desânimo... E depois o que? Voltar ao Brasil, procurar um lugar ao sol na farmácia? Por que não consigo ser feliz com pouco? Sou só eu?

Pensei depois em voltar a estudar. Terminar alguma universidade, ainda que não fosse aprender muito. Em dois anos me formo contador. Mas já tenho as ferramentas, esse diploma serviria de que? Ah, mas os amigos, networking, morcegos e afins. *Suspiro*. Não sou preguiçoso, quando estudo, estudo mesmo. Tiro notas excelentes e sou aluno exemplo. Por que sento lá atrás, freqüento o bar religiosamente, mas entrego os trabalhos em dia e me dou bem na prova. Passo cola, ajudo meus amigos e eventualmente começo a atuar nos movimentos estudantis. Se estivesse num filme jovem americano seria um dos intermediários entre os quarterbacks e os do clube de xadrez. Aqueles que não serão protagonistas de nenhum outro “não-besterol” americano.

Viu? A gente chega perto dos 30 anos e começa a pirar com a falta de tempo. Mesmo não fazendo a menor diferença pensar nisso agora ou daqui a 20 anos, com filhos, esposa, casa pra cuidar, cachorros pra passear e outras porcarias que a rotina nos traz. A vontade é radicalizar mesmo, dar um tiro no passado e reiniciar a vida. Costuma funcionar um bocado com o Windows, pode funcionar com a vida também. Não? Difícil dizer. Não, não é difícil dizer. Difícil é efetivamente fazer isso.

A única coisa que eu não queria mesmo, era daqui a 20 anos passar a mão na cabeça dos meus filhos, passear com meus cachorros, beijar minha esposa e ir trabalhar bufando, pensando na pergunta da qual eu mais tenho fugido nos últimos 10 anos: Mas e se...

5 comentários:

Morris disse...

No worthy comments...

Oh wait!

Damn...

Leandro disse...

A resposta deve estar em "O Monge e o Executivo" !

Mentira, está no Eclesiastes.

Mentira, está dentro de você! (Paulo Coelho mode: on).

Na verdade não há "e se...". Sente aí na sua cadeira e faça seu trabalho, sem devaneios. E faça isso jáaaaaaa Élou!!!!

Leandro disse...

Tá pensando ainda??? Vai jáaaaaaaa!!!!

Yellow disse...

Nao grita comigo!!!!

ME DÁ MEU CHIPEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!

stella disse...
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